sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

novo disco: nick cave & the bad seeds





NICK CAVE & THE BAD SEEDS | PUSH THE SKY AWAY

um dos discos que mais se antecipava para este ano era 'push the sky away' de nick cave & the bad seeds por várias razões:
a primeira e a principal é que passou demasiado tempo desde que a banda australiana editou material novo e por isso se sentia a sua falta; a segunda e talvez a que causou mais dúvidas em relação ao que poderia vir por ai, prende-se com o facto de ser o primeiro disco, o primeiro dos quinze, em mais de 30 anos de carreira,  sem a presença e contributo de um dos seus fundadores e elementos principais mick harvey - multi instrumentista e responsável pelos muitos arranjos em toda a discografia da banda.

a verdade é que em 2012 quando nos é disponibilizado o primeiro single oficial, 'we no who u r', percebemos que o registo mais rockeiro que respirou em 'dig, lazarus, dig!!!' muito provavelmente tinha ficado no sitio onde o deixámos, e que nick cave e os bad seeds teriam renascido desta nova formação com uma maturidade e consistência muito maior do que se esperava.
as certezas não demoraram a firmar: foi a 18 de fevereiro de 2013, na passada segunda-feira, que 'push the sky away' vê finalmente a luz do dia e com ele sabemos que não só é um dos discos do ano, como é um dos discos da década, do século, e um dos mais importantes de toda a carreira da banda.

'push the sky away' é em tudo isto um misto de surpresa - para aqueles que ainda estavam agarrados ao rock carnal e visceral do disco anterior - e de nostalgia - para os que saudades tinham dos tempos de 'the boatman's call', disco de 97 que marca uma viragem na estética musical da banda e que nos trouxe alguns dos mais belos temas de nick cave & the bad seeds como 'into my arms' ou '(are you) the one i've been waiting for?' tornando-se assim um dos mais importantes e aclamados de toda a sua discografia.
aqui a história é-nos contada com precisão, não fosse nick cave um narrador nato. os arranjos (dúvidas houvesse com a saída de mick harvey) são incríveis, os coros angelicais, e a construção de todos os temas é épica (!) em especial em 'jubilee street'  em que se imortaliza tudo o que foi escrito acima. e se 'jubilee street' é épica pela sua magnitude enquanto canção, pela sua luxuria, pela história de bee, a prostituta, e por toda a sua escuridão, é absolutamente maravilhoso ver como o disco abre em outras canções como 'finishing jubilee street' como se o nevoeiro se estivesse suavemente a dissipar, mas sem ir totalmente embora.

há discos em que os temas existem por si só, isolados de tudo o resto sem uma ligação vincada, aqui percebemos ou queremos mesmo ouvir a 'história' desde o seu principio cumprindo o seu alinhamento religiosamente pelo sentido que todo ele faz.
é intrigante ouvir 'push the sky away', é em alguns momentos sinistro, e, claro (ou não seria um disco de nick cave & the bad seeds), repleto de sensualidade. é por isso que que não conseguimos parar.


épica. 'jubilee street'.



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