sábado, 16 de março de 2013

in your honor:



todos nós crescemos agarrados a personalidades onde encontramos inspiração motivação e força, às quais tão adoravelmente chamamos de idolos. sejam eles os nossos pais, os nossos amigos, ou personagens intocáveis que vemos através de um televisor, na miragem de um palco, num telão de cinema ou em notas que a nossa aparelhagem tão gentilmente toca em altos decibeis. por muito que a era avance e que se mudem os quês e as vontades, a premissa acima descrita existe e continuará a existir sempre, pois enquanto seres humanos temos essa necessidade, de encontramos quem nos faça querer crescer, querer ser melhores e maior que nós próprios. felizmente cresci, e continuo todos os dias a crescer, com os meus ídolos, praticamente todos eles vivos e de razoável saúde. e, deixando por agora de lado os ídolos familiares, os do cinema, os da literatura e os que já encontrei em idade adulta, hoje a homenagem passa pelos que me apanharam ainda em tenra idade e que integraram o meu adn e me tornaram no que fui e continuo a ser hoje.

apareceram-me nos anos noventa, na minha adolescência, em cassetes usadas até ao limite, escutadas no meu religioso walkman preto da sony, na super incrível aparelhagem da minha irmã que ainda hoje dita as notas cá em casa, em canais de música apanhados por frequências duvidosas ou naquele mítico jornal semanal (que infelizmente hoje só lhe sentimos o cheiro) blitz que nos trazia as novidades. era rock cru e visceral esse que crescia nos meus ouvidos, e que na altura  foi apelidado de grunge vestido de camisas de flanela.  o eddie vedder (pearl jam), dono da voz do primeiro cd que comprei na minha vida, já o vejo e oiço a alguma distancia, ainda que com muito respeito e algum saudosismo,  o kurt cobain (nirvana) e o laney staley (alice in chains) abandonaram-me demasiado cedo para poder deixar a minha admiração crescer com eles, e viver em tempo real o que faziam, mas há felizmente ainda o trent reznor (mais ligado ao rock industrial - nine inch nails) e o dave grohl (nirvana, foo fighters, them crooked voltures) a darem cartas e que me fizeram e fazem ainda sentir um orgulho enorme por ter crescido com a sua música, por ter acompanhado o seu crescimento enquanto músicos e indivíduos e se tornarem algo mais do que a musica que criaram e continuam a criar, a serem exemplos, a serem mestres quando falam e quando tocam, a acenderem uma luz no meio da escuridão que muitas vezes o meio artístico consegue ser. dão-me esperança, dão-me ganas, fazem-me sentir gigante quando os oiço, seja a cantar, a tocar, e a falar. e o respeito que lhes tenho cresce, e faz-me querer ser melhor e maior que mim mesma. ao ver o discurso de dave grohl no south by souhtwest o respeito que lhe tinha, que já era enorme, duplicou. e é com essa dose gigante orgulho e alguma dose de emoção que partilho estes 50 minutos que são muito mais do que os nirvana, os foo fighters, ou mesmo dave grohl, é algo que transcende a sua individualidade e que se permitirmos pode mudar a forma como olhamos para as coisas, para a nossa vida e para nós mesmos, mesmo que a música não seja o nosso modo de vida, mesmo que nenhuma destas bandas se passeie pelos nossos iPods: é de ver, ouvir e acima de tudo interiorizar.
this one is 'in your honor', dave grohl.



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