segunda-feira, 4 de março de 2013

disco: torres



TORRES | TORRES


torres é mackenzie scott, menina doce de 22 anos do nashville no tennessee mas que canta que nem mulher adulta, e é sem sombra de dúvida umas das estreantes deste ano de 2013 a quem devemos prestar muita atenção.

editado digitalmente a 22 de janeiro de 2013, o álbum homónimo e de estreia da cantora americana viu a luz do dia sem selo de qualquer editora. determinada a mostrar as suas belíssimas canções mackenzie scott não quis esperar e foi através da plataforma bandcamp que se apresentou ao mundo. as criticas nos meios especializados (que são de fazer inveja a muitos estreantes e não só) não tardaram e em consequência disso vão de certeza haver editoras a bater à sua porta - só é justo que assim seja - enquanto se perguntam como é que esta voz lhes passou ao lado.

é delicioso perceber como há toda uma maturidade impressa neste disco de estreia da cantora que muitos (a maioria) músicos e cantores só encontram com muitos mais anos de vida e de estrada. e encontramo-la patente na forma como coloca a sua voz quente e sedutora nas letras que constrói e nos arranjos, que, não nos podemos esquecer, foram gravados de forma muito simples e sem os recursos a que muitas bandas estreantes e com outros apoios têm direito. o disco, que tem em tudo raízes e apontamentos acústicos, foi gravado em apenas cinco dias em casa de um amigo músico da cantora com a sua gibson 335 que recebeu num destes mais recentes natais, presente da sua família que lhe quis assim dar a força e impulso para levar a sua carreira musical mais longe. e é essa mesma gibson que se torna no instrumento principal, a par com a sua voz, em toda a construção destas canções que tanto se pautam pela harmonia  como pela sua crua musicalidade. há em torres toda uma ausência daquele polimento e embelezamento a que estamos habituados em outros registos, sendo a própria cantora a admitir que em alguns temas se apercebeu das suas vozes menos afinadas e perfeitas mas que sentiu tanta verdade nelas que achou por bem mante-las assim. e de alguma forma é isso que sentimos quando a ouvimos cantar: verdade nas emoções que transpõe para a sua música. e que mais queremos nós da música se não a sua verdade? seja ela polida, complicada ou de cores mais feias e sinuosas?
por tudo isto torres sem ter planeado agarrou-nos ao primeiro assalto e a pedir por mais.

por enquanto o disco homónimo de torres ainda só está disponível para compra digital mas há planos para edição física tanto em cd como em vinil. ficamos à espera. até lá um dos temas mais bonitos de torres em versão acústica aqui no blog: 'jealousy and i' ao vivo.



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