domingo, 17 de fevereiro de 2013

disco | how to dress well



HOW TO DRESS WELL | TOTAL LOSS

há discos peculiares, que exigem de nós um tempo, uma vontade e uma dedicação que nem sempre temos disponível a qualquer hora. que exigem que nos desliguemos de nós mesmos, que paremos no tempo e que durante aqueles 40/50 minutos os nossos ouvidos, mas mais importante do que isso, a nossa alma, se dedique àquelas notas, àqueles acordes, àquelas canções que precisamos ouvir. há discos assim. difíceis, a principio. complicados no caminho. mas no final: muito especiais.

'total loss' de how to dress well, ou tom krell, é um deles. chegou às prateleiras das lojas de discos no passado mês de setembro de 2012 com o selo da weird world record co (uma das filhas da domino records que abriga também os melody's echo chamber, washed out ou peaking lights) e reafirmou-se como um dos artistas mais interessantes e peculiares da nova cena indie, arrecadando logo 8 valores à pitchfork na categoria de melhor música de 2012, feito que já tinha sido conseguido com o primeiro longa duração 'love remains' em 2010.

em 'total loss' a voz etérea e os falsetes estão distribuídos e acondicionados de uma forma mais cuidada e amadurecida pelo produtor. encontramo-los por entre beats de r&b e e uns pózinhos de dubstep aqui  e ali, sendo estes a base da construção deste disco conceptual e cinematográfico, que (felizmente!) não se rege pelas usuais fórmulas pop idealizadas para a criação de hit singles. são canções complexas com desvarios pautados por momentos e paisagens melancólicas. não entram à primeira e estranham-se, e tornam o acompanhar dos sonhos vocais de tom krell num desafio. um desafio que queremos levar ao fim.

por tudo isto, foi preciso o outono ir embora, o frio chegar e assentar, o ano virar, a chuva cair com muita força para que o momento certo batesse e a hora de ouvir 'total loss' chegasse. e por fim aqui está. só resta saborear o que se apreendeu e perceber como (tão bem) valeu a espera.


para escuta fica um dos temas mais impressionantes do disco (com direito a uma das melhores introduções da música pop, retirada do documentário 'streetwise' de martin bell) 'say my name or say whatever'.



2 comentários: